Um encontro histórico feito pela força de 18 jornalistas que ajudam a construir a história da profissão na Bahia. Assim foi o primeiro dia da II Jornada de Mulheres do Sinjorba, na segunda-feira (08). A roda de conversa Jornalismo em Tempos de Pandemia trouxe experiências, reflexões políticas e dificuldades que impactam as mulheres da categoria na atual conjuntura. A atividade, promovida pelo sindicato, foi transmitida ao vivo pelo canal do Youtube da entidade (LINK).
Participaram da roda as jornalistas Carla Araújo, Cleidiana Ramos, Carmela Talento, Mariluce Moura, Malu Fontes, Evanice Santos, Patrícia França, Suzana Barbosa, Cintia Kelly, Jeane Borges, Margarida Neide, Flávia Vasconcelos, Indhira Almeida, Celina Santos e Marlene Abade. Representando o Sinjorba, a coordenadora da Comissão de Mulheres do sindicato, Isabel Santos, a vice-presidenta, Fernanda Gama, e a diretora e mediadora do evento, Gabriela de Paula.
Vários depoimentos relataram os desafios profissionais da mulher jornalista que, em tempos de isolamento social, teve que se reinventar nos vários setores em que atua. O fato contribuiu para que uma parcela da sociedade, até então influenciada pela onda de fake news, voltasse a valorizar a profissão enquanto fonte segura de informações. Com décadas de experiência, Mariluce Moura foi uma das participantes que afirmou o jornalismo como agente fundamental na luta pela orientação no combate à Covid-19.
As dificuldades do mercado de trabalho, a exemplo do desemprego, da ameaça à democracia, da hostilidade nas ruas causada pelos setores conservadores, também foram debatidas. O machismo estrutural do país continua a ser apontado como um dos principais problemas nas redações. Segunda a pesquisa Mulheres em Liderança na Mídia em 2021, no Brasil, apesar do sexo feminino ser maioria nas redações, ocupa apenas 12% dos cargos editoriais mais altos. Os dados, divulgados na segunda (08) pelo Instituto Reuters, foram expostos pela diretora da Faculdade de Comunicação da UFBA, Suzana Barbosa.
A jornalista, Cleidiana Ramos, trouxe à discussão a preocupação com a saúde emocional das profissionais. Para ela, as dificuldades do mercado de trabalho, aliadas a fatores como cuidar dos filhos, da casa e a naturalização da pressão diária do jornalismo, podem causar problemas emocionais. Cleidiana também chamou a atenção para a importância de se reconhecerem enquanto integrantes da classe trabalhadora e apoiarem o Sinjorba como espaço de defesa dos direitos da categoria.
Coordenadora da Comissão de Mulheres do Sinjorba, Isabel Santos, na fala de encerramento enfatizou a importância do evento na orientação e consciência do sexo feminino. Ela fez ainda um convite para que todas as interessadas integrem a comissão com o objetivo de organizar eventos, criar oportunidades e discutir os problemas da profissão relacionados à mulher.
Para a vice-presidente do Sinjorba, Fernanda Gama, o evento marca um novo momento para a entidade. “Reunir tantas profissionais competentes e experientes foi desafiador, mas também gratificante. Mostra a confiança dessas jornalistas em nossa gestão e no sindicato. Temos muito trabalho ainda pela frente, mas pretendemoa continuar contribuindo para o debate das questões de gênero no movimento sindical dos jornalistas e a reflexão sobre jornalismo e gênero”, finaliza Fernanda Gama.