Home SinjorBA Agressão à equipe da Record é sintoma da epidemia da violência contra a imprensa

Agressão à equipe da Record é sintoma da epidemia da violência contra a imprensa

por Fernanda Gama

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiam veementemente as agressões sofridas pela equipe de reportagem da TV Record Bahia, composta pelo repórter Mateus Borges e pelo cinegrafista Tarcísio Lima, durante a cobertura de um acidente de trânsito na manhã desta sexta-feira (25), na Avenida Garibaldi, em Salvador.

As imagens da agressão revelam um ato covarde e injustificável cometido contra profissionais que estavam apenas cumprindo seu dever de informar a sociedade. Os ataques, inclusive desferidos pelas costas dos jornalistas que reportavam o acidente envolvendo uma motociclista, representam uma grave afronta à liberdade de imprensa e ao exercício seguro e democrático da atividade jornalística.

O presidente do Sinjorba, Moacy Neves, manifesta solidariedade aos profissionais agredidos e enfatiza: “Ataques a jornalistas são ataques diretos à democracia. Nenhuma circunstância justifica a violência contra trabalhadores da imprensa, que têm como missão informar a sociedade com ética e responsabilidade. Mesmo situações de forte comoção emocional não podem ser salvo conduto para agressão de profissionais exercendo a atividade de informar as pessoas”, reflete.

O Sinjorba pede que as autoridades competentes apurem com rigor este caso e adotem as medidas cabíveis contra o agressor, garantindo proteção e segurança aos jornalistas em seu ambiente de trabalho. A entidade se coloca à disposição dos colegas para todo o apoio que seja necessário para que haja responsabilização do agressor.

Caso não é isolado

O ano de 2024 registrou 144 episódios de violência contra a atividade jornalística no Brasil. O número representa uma em redução de 20,44% relação aos 181 casos registrados ao longo de 2023. Apesar da redução no número total de casos, a natureza das agressões aponta para um cenário igualmente grave. Agressões físicas representam 30% dos registros no Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil 2024. O Nordeste representa 25% de todas as agressões do país. A Bahia, que tristemente lidera o ranking do Nordeste pelo terceiro ano consecutivo, tem 6,25% dos casos nacionais.

O Sinjorba, alinhado à Fenaj, segue vigilante e comprometido com a defesa da categoria. “Não podemos normalizar a violência contra jornalistas. É preciso responsabilizar os agressores e garantir condições seguras de trabalho. Um ataque a um jornalista é um ataque ao direito da sociedade de ser informada”, concluiu Moacy Neves.

A entidade incluirá a agressão sofrida pelo repórter cinematográfico no relatório da violência contra a imprensa organizado pela Fenaj, além de incluir o caso para acompanhamento da Rede de Combate à Violência Contra Profissionais de Imprensa, coordenada pelo Sinjorba e pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI).