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Bahia tem 5,2% dos vínculos formais de jornalistas

por Fernanda Gama

Em dezembro de 2021 a Bahia mantinha 5,2% dos empregos formais de Jornalismo de todo o Brasil. O Nordeste tem, no total, 20,7% dos profissionais com carteira assinada do país. Isso significa que 1 em cada 4 jornalistas em regime CLT na região está na Bahia. Os dados estão em um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas (Dieese) para a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), com base nos números compilados na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego.

Os jornalistas brasileiros empregados com carteira assinada estavam, em 2021, em sua maior parte, concentrados na região Sudeste do país (46,2%), seguida das regiões Nordeste (20,7%), Sul (15,5%), Centro-Oeste (10,4%) e Norte (7,1%). São Paulo, maior economia, emprega 28,5% de todos os profissionais formalizados.

Porém, apesar de em 2021 quase 62% dos empregos se concentrarem no Sul/Sudeste, há observações importantes que precisam ser destacados no levantamento sobre a desconcentração do mercado formal. Estas duas regiões mantinham em 2006 um pouco mais de 70% de todos os jornalistas com carteira assinada, uma variação negativa considerável.

O Dieese observa que, ao analisar a série histórica de 2006 a 2021, a participação dos vínculos de trabalho formal do Nordeste saiu de 14,4% para 20,7% entre 2006 e 2021 no Jornalismo. Nessa região, surpreendentemente, três estados apesentaram avanço no número de trabalhadores formalizados: Bahia, Maranhão e Piauí. Em nosso estado, em 2013, havia 1.812 jornalistas em regime CLT, passando para 2470 em 2021, uma variação de 36,3%.

“O Sinjorba está solicitando ao Dieese mais detalhes sobre estes dados, porém, dos estudos já realizados, verificamos um crescimento nos vínculos formais no setor público, com destaque para a contratação de mais jornalistas formalizados nas prefeituras”, diz Moacy Neves, presidente da entidade. Essa informação fortalece a política que a entidade tem desenvolvido nos últimos anos de incentivar governos municipais e câmaras de vereadores a realizarem concurso público para contratação de profissionais, enfatiza ele.

Dados nacionais

Nacionalmente vem ocorrendo uma desconcentração do emprego CLT. A participação dos vínculos de trabalho formal no Sul/Sudeste vem diminuindo ao longo dos anos (passando de 70,8% para 61,7%). Já o Nordeste saiu de 14,4% para 20,7% entre 2006 e 2021.

Para a presidenta da FENAJ, Samira de Castro, os dados inferem uma ampliação da participação de outras regiões na empregabilidade da categoria a partir do avanço dos veículos nativos digitais. “As informações trazidas pelo Dieese se complementam com os dados do Atlas da Notícia, que mostra a redução dos chamados desertos de notícias em algumas regiões, sobretudo a partir da presença dos veículos digitais”, comenta.

A dirigente reforça que o nível de empregos celetistas para a categoria precisa ser incentivado por meio de políticas públicas. “Defendemos a taxação das grandes plataformas digitais e criação de um fundo que seja capaz de fomentar novas iniciativas de jornalismo com respeito à diversidade, pluralidade, inclusão e territorialidade. Precisamos ter a contratação formal como critério de acesso a recursos públicos, junto com outros fatores”, pontua.