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Biblioteca do Jornalista Baiano ganha obras de Emiliano José, ZédeJesus Barreto, Franciel Cruz e Alberto Freitas

por Sinjorba

Será aberta na próxima terça-feira, 16 de abril, a partir das 18h, a Biblioteca do Jornalista Baiano, durante solenidade de reinauguração da sede do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Rua Chile, Edf. Bráulio Xavier, sala 301). Depois de incorporar ao acervo as obras de Florisvaldo Mattos, Ruy Espinheira, Fernando Vita, Nelson Cadena, Elieser Cesar, Jorge Ramos, Carlos Navarro, Tasso Franco, João Carlos Teixeira Gomes, Sérgio Mattos, Cau Gomez, Alessandra Nascimento e Jaciara Santos, ela recebeu a produção literária de Emiliano José, ZédeJesus Barreto, Franciel Cruz e Alberto Freitas, com mais 23 volumes no total. A Biblioteca será dedicada às publicações das jornalistas e dos jornalistas baianos, além de abrigar fotografias e ilustrações de fotógrafos, cartunistas e ilustradores.

EMILIANO JOSÉ

Paulista de Jacareí, o jornalista Emiliano José da Silva Filho chegou à Bahia com o nome falso de Pedro Luiz Vian. Forjou-se baiano através das lutas sindicais e políticas que travou contra a ditadura militar de 1964. Capturado pela repressão, em 23 de novembro de 1970, passou quatro anos encarcerado — no quartel do Barbalho e, depois, na Galeria F da penitenciária Lemos de Brito, em Salvador. Formou-se em Comunicação pela UFBA, onde também fez Mestrado, Doutorado e exerceu a função de professor durante 25 anos.

Atuou nas redações da Tribuna da Bahia (1974), Jornal da Bahia; nas sucursais baianas de O Estado de São Paulo, O Globo; nas revistas Afinal e Visão. Foi colaborador dos jornais Opinião, Movimento e A Tarde, e das revistas Caros Amigos e Carta Capital. Um dos fundadores do jornal Em Tempo, foi também deputado estadual, vereador de Salvador e deputado federal.

Em 1980, aventurou-se pela literatura, publicando, em parceria com o também jornalista Oldack de Miranda, “Lamarca: O Capitão da Guerrilha”, sobre a vida guerrilheira de Carlos Lamarca — em que se basearia o roteiro do filme “Lamarca”, de 1994, de Sérgio Rezende.

Imortal da Academia de Letras da Bahia, Emiliano legou para a Biblioteca do Jornalista Baiano “Lamarca, o Capitão da Guerrilha, 1980; “Tucano — O Sertão e a Luta pela Água, Terra, Vida.”, 1988; “Narciso no Fundo das Galés: Combate Político Através da imprensa”, 1992; “Imprensa e Poder: Ligações Perigosas”, 2019; “Galeria F: Lembranças do Mar Cinzento I”, 2000; “Galeria F: Lembranças do Mar Cinzento II”, 2004; “Galeria F: Lembranças do Mar Cinzento III”, 2008; “Jornalismo de Campanha e a Constituição de 1998”, 2010; “Intervenção da Imprensa na Política Brasileira”, 2015; “Galeria F: Lembranças do Mar Cinzento V”, 2016; “Waldir Pires – Biografia I”, 2018; “Waldir Pires – Biografia II”, 2019; “Balança Mas Não Cai” # Memórias do Jornalismo, vol. 1”, 2021; “Em Carne Viva”, 2023; e “Zanetti: O Guardião do Óleo da Lamparina, 2023.

Para integralizar toda a obra de Emiliano José, ainda faltam: “Marighella: Inimigo Número Um da Ditadura Militar”, 1997; “As Asas Invisíveis do Padre Renzo”, 2002; “Lembranças do Mar Cinzento IV”, 2013; e “O Cão Morde a Noite”, 2020.

No formato e-book, estão disponíveis: “Os Comunistas Estão Chegando: Memórias do Jornalismo, vol. 2”, 2021; “O violeiro e a Filha D’Oxum: Memórias do Jornalismo, vol. 3”, 2022; e “As Comadres Estão Chegando: Memórias do Jornalismo, vol. 4”, 2023.

ZÉDEJESUS BARRETO

José de Jesus Barreto, Zédejesus ou Barretinho, nasceu estreando num domingo de Carnaval de Salvador, em 9 de fevereiro de 1948, na Rua do Imperador, atrás da Igreja dos Mares. E o Reinado de Momo – que no passado era apenas um tríduo – pontuou toda a sua trajetória pessoal e profissional – um dos primeiros jornalistas a valorizar os blocos afros e detectar o nascimento do fenômeno da axé music. Ainda nos anos 1970, criou o bloco Filhos da Pauta, formado apenas por jornalistas. Tamanho espírito momesco culminou, em 2024, com a homenagem feita pela Prefeitura de Salvador, através do prefeito Bruno Reis e da secretária de Comunicação Renata Vidal, batizando a Sala de Imprensa do Carnaval de Salvador com o nome dele.

Jornalista, formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia, teve como escola a fervilhante redação da Tribuna da Bahia, no início dos anos 1970, sob o comando de jornalistas de alta calibre, como Quintino de Carvalho, Milton Caires de Brito, Cid Teixeira, João Ubaldo Ribeiro, entre outros. Saiu no final de 1975, depois de ter sido repórter, pauteiro, chefe de reportagem e editor de Cidades. Em 1971, como concursado, foi um dos fundadores do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), onde trabalhou em rádio e TV.

Em 1976 estava na sucursal baiana do Estadão, levado pelo jornalista Carlos Navarro, onde permaneceu até 1978, seguindo depois, a convite de Ricardo Noblat, para a sucursal da Veja, em Salvador. Perambulou por México e Espanha, até aportar na TV Itapoan, em 1982, como chefe de reportagem e, depois, editor de Jornalismo. Foi também de O Globo, Jornal do Brasil e Jornal da Bahia – sob o comando do jornalista João Santana, o Patinhas. Em 1993, participou da fundação do Bahia Hoje, com o jornalista Tasso Franco – de quem, entre 1997 e 2004, foi subsecretário de Comunicação da Prefeitura de Salvador, no duplo mandato do prefeito Antônio Imbassahy.

Enveredou com o publicitário Geraldo Walter, o Geraldão, pelo marketing político, fazendo, entre outras, as campanhas de Tasso Jereissati, para governador do Ceará; de Fernando Henrique à Presidência da República; e de José Eduardo dos Santos, à presidência de Angola. Atualmente é cronista esportivo do Bahia Já, site dirigido pelo jornalista Tasso Franco.

Para a Biblioteca do Jornalista Baiano, ZédeJesus ofertou “A Um Passo da Liberdade”, 2023, sobre a experiência do Jornal da Pituba, entre 1985 e 1986, com os jornalistas Césio Oliveira, Vander Prata e Sérgio Guerra; “Treze Contos Reais”, 2018; “Cacimbo – Uma Experiência em Angola”, 2010; “Pastinha – O Menino que Virou Mestre de Capoeira”, 2011, com ilustrações de Cau Gomez; além de “Carybé”, 2008; e “Mestre Pastinha”, 2009, em parceria com o jornalista Otto Freitas, para a coleção “Gente da Bahia”, do selo ALBA Cultural, da Assembleia Legislativa da Bahia.

Ainda faltam a trilogia “Carybé & Verger – Gente da Bahia”, 2008; “Carybé, Verger & Caymmi – Mar da Bahia”, 2009; “Carybé, Verger & Jorge – Obás da Bahia”, 2008; e “Candomblé da Bahia – Resistência e Identidade de um Povo de Fé”, 2009.

FRANCIEL CRUZ

Franciel Sobreira Menezes Cruz nasceu em 10 de abril de 1970. Da turma da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, que teve nomes como os jornalistas Moacy Neves, atual presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia; Carmen Vasconcelos, Linda Bezerra, Ana Cristina, Karina Araújo, Patrícia Almeida, Elaine Hazin, Orocil Pedreira (Bichonário) e George Pestana, entre outros. Celebridade de Irecê e adjacências da Estrada do Feijão, torcedor fanático do EC Vitória com direito a muita presepada no Barradão, ele mesmo se apresenta como pós-graduado, com PhD em “Chibanças & Dança de Rato”. Jornalista e escritor, polêmico, divide opiniões. Para o saudoso jornalista José Rodrigues de Miranda, o Irecê – embora fosse o seu mentor – Franciel não passava de “uma fraude”. Já outro escriba, Fernando Vita, tarimbado na manipulação da palavra escrita em jornal e livros, da cidade imaginária de Todavia, afirma peremptoriamente: “esse maluco é gênio”.

Ele próprio se define: “Sou baiano, mas não pratico. (…) Desde que desembarquei em Salvadolores, há pouco mais de mil anos, evitei ser cooptado. Alma sertânica não rima com rendição. ‘Sou baiano, mas não pratico’. Repetia para mostrar que, criado no carrancismo, não iria aderir à tirania da felicidade que esta urbe tentava me impor. Tudo aqui era motivo de riso. E eu achava aquilo um quase desespero. Ou coisa pior: fingimentos. (…) Lembrei-me que Carybé um dia falou que “A Bahia não é uma cidade de contrastes. Não é não. Quem pensa assim está enganado”. Eu poderia até estar equivocado, menino Bernabó, mas era isso o que sentia: uma cidade de contrastes. Você, todo lambuzado de baianidade, me dizia que “tudo aqui se interpenetra, se funde, se disfarça e volta à tona sob os aspectos mais diversos”, mas ali, nos desmantelos das ruas, becos, ladeiras e vielas, repito, vivenciava outra coisa. Ou será que eu apenas via e não vivia a cidade? Agora, já não sei. Apenas sinto que, neste momento, que estou impedido de vivê-la é que sei o quanto já estou entregue. Sou baiano”.

Entre esses devaneios e outros mais complexos, foi das redações da Tribuna da Bahia, Bahia Hoje e da revista Muito, do jornal A Tarde. Há 25 anos toca a edição do Diário Oficial da ALBA – Assembleia Legislativa da Bahia – sob o comando do jornalista Paulo Roberto Bina e do faz-tudo (pauteiro, secretário de Redação e, às vezes, copidesque) Alex Tarta – que, por sinal, era o agente literário do dito-cujo, mas que declinou da função por alguma incompatibilidade inexplicada. Franciel também promove reuniões virtuais na rede: a “Live das Canjebrinas”.

Morador do “Norte-Nordeste” de Amaralina – embora já tenha dinheiro para habitar no Horto Florestal, segundo diz o mesmo Alex Tarta (também ex-controlador das finanças, que virou ex também não se sabe porque), o “agitador social” Franciel, durante a pandemia, em 2020, reverteu toda renda do seu livro “Ingresia”, no dia do seu aniversário, como doação para a população em vulnerabilidade do Nordeste de Amaralina e moradores de rua do Centro de Salvador. Em 2021, utilizou as redes sociais – outro mistério, já que não usa celular, mas mesmo assim consegue pedir um Uber ou comida pelo Ifood – para aderir à campanha Prato das Comunidades, com todo valor arrecadado repassado ao Nordesteusou e revertido em cestas básicas.

Para a Biblioteca do Jornalista Baiano, Franciel  Cruz, apesar da relutância em ir e, depois, de reclamar com a secretária do SINJORBA, Priscila Mota, pela ficha de filiação que nunca chegava em mãos dele – embora seja filiado desde 2022; ou seja, está inadimplente há dois anos – entregou um exemplar, afanado da namorada, de “Ingresia – Chibanças e 600 Demônhos”, 2019, lançada com um cortejo que “abalou a Bahia e uma banda de Sergipe”, saindo “às 15h59” dos pés dos caboclos, no Campo Grande, rumo ao Instituto Cultural Brasil Alemanha (ICBA), no Corredor da Vitória. Com várias ingresias pelo caminho, a obra já chegou à Europa, mas não ao lançamento em Porto Alegre, na Livraria Bomboletras, em junho de 2019, extraviada pela companhia aérea Azul.

Quanto ao segundo livro dele, sobre futebol, ainda teremos que esperar: perdeu mais de 150 páginas já prontas, por causa de um tilt no HD do computador. Coincidência ou não, foi justamente após romper relações empresariais com Alex Tarta – que possui linha direta com a tábua de Orixás do Candomblé da Bahia.

ALBERTO FREITAS

Presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia, entre 1992 e 1994, Alberto Américo de Freitas Junior nasceu em Salvador, em 14 de junho de 1960. É da turma de 1981 da Escola de Biblioteconomia e Comunicação – hoje, Facom – da Universidade Federal da Bahia. Uma galera que teve, entre tantos expoentes, os jornalistas Artur Carmel, Euler Dantas, Paulo Amâncio, Cláudia Santos, Maíza Andrade e Helder Reis. Por causa do aparelho ortodôntico, ganhou a carinhosa alcunha de “Boca-de-Lata”. Em 2013, fez especialização em Gestão em Direitos Humanos pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB.

Passou por diversas redações baianas de TV e jornal. Foi editor de telejornais na TV Band Bahia e na TV Bahia, sob o comando do jornalista Carlos Libório. Depois, mudou-se para a sede de A Tarde, no Caminho das Árvores, trilhando os caminhos da reportagem nas editorias de Cidade, Esportes e Política. Atuou, também como redator da edição dominical. Como Assessor de Imprensa, integrou as equipes de comunicação do Tribunal de Justiça; do Governo do Estado, como coordenador de Redação e Jornalismo, nas gestões do governador Jaques Wagner; e da Câmara Municipal de Lauro de Freitas. Atualmente comanda a divisão de Rádio e TV da Assessoria de Comunicação da Presidência da ALBA – Assembleia Legislativa da Bahia.

Para a Biblioteca do Jornalista Baiano, Alberto entregou um exemplar de “Conselho Estadual de Comunicação Social Bahia”, 2014, livro-reportagem, com distribuição restrita, sobre a formação de um dos primeiros conselhos do país, com um breve histórico da Imprensa no Brasil e nas Américas espanhola e inglesa; a chegada da Família Real e a Imprensa Régia; Cipriano Barata; a República e a Constituinte de 1988, até chegar às Conferências de Comunicação Social, que resultaram na formação do Conselho. A obra foi publicada no último ano da gestão Jaques Wagner, com a Secom sendo comandada pela jornalista Marlupe Caldas.

O Conselho foi uma iniciativa pioneira pela democratização, de fato, da Comunicação na Bahia, contando com profissionais jornalistas, radialistas e publicitários, além de representantes da sociedade organizada, a exemplo do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Portal Vermelho, UNEB, UFBA, OAB, ABI e SINJORBA.

MAIS JORNALISTAS

A Biblioteca do Jornalista Baiano quer contar também com as obras dos jornalistas-escritores Albenísio Fonseca, Albino Rubim, Alexandre Lyrio, André Holanda, Antônio Dias, Antônio Matos, Antônio Torres, Ari Donato, Aurora Vasconcelos, Biaggio Talento, Carla Trabazo, Carlos Barbosa, Carlos Ribeiro, Cássia Candra, César Rasec, Césio Oliveira, Chico Araújo, Chico Muniz, Chico Ribeiro Neto, Clara Albuquerque, Cláudia Quadros, Eduardo Bastos, Elias Machado, Elton Serra, Fernando Conceição, Gabriela de Paula, Giovanni Giocondo, Gonçalo Junior, Heliana Frazão, Ivana Braga, Itamar Ribeiro, Jan Aline Silva, Jean Willis, Jeremias Macário, Jessica Smetak, João Leite, João Santana Filho (Patinhas), Jolivaldo Freitas, José Carlos Teixeira, Josélia Aguiar, Juarez Bahia, Lília Gramacho, Lílian de Souza, Lúcia Correia Lima, Luís Gama, Luis Guilherme Pontes Tavares, Luís Pimentel, Luiza Torres, Marcelo Dantas, Marcelo Torres, Marcelinho Simões, Márcia Luz, Marcos Navarro, Marcos Palácios, Marcos Uzel, Marcus Gusmão, Mariana Paiva, Mariluce Moura, Mery Bahia, Mônica Lima, Muniz Sodré, Nelson Cerqueira, Nestor Mendes Jr., Nildão, Nilson Galvão, Oleone Coelho Fontes, Orocil Pedreira, Oscar Paris, Othon Jambeiro, Otto Freitas, Paolo Marconi, Patrícia Sá Moura, Paulo Leandro, Roberto Macedo, Rogério Menezes, Samuel Celestino, Sebastião Nery, Sérgio Guerra, Sônia Serra, Stela Alves, Susana Varjão, Symona Gropper, Valber Carvalho, Valter Xéu, Vanda Amorim, Vander Prata, Waldomiro Junior, Washington de Souza Filho, Wilson Midlej, Zé Américo Castro, Zezão Castro, entre outros.

Entre os fotógrafos e cartunistas, já estão convidados os colegas Agliberto Lima, Anizio Carvalho, Antônio Queirós, Borega, Carlos Casaes, Elói Correia, Gentil, Setúbal, Helder Reis, Marco Aurélio, Margarida Neide e Rino Marconi.

Também serão contatados os familiares de filiados ilustres do Sinjorba que já faleceram, a exemplo de Ademar Gomes, Adroaldo Ribeiro Costa, Alberto Miranda, Ana Tereza Baptista, Anísio Félix, Antônio Jorge Moura, Ariovaldo Matos, Béu Machado, Chico Bina, Glauber Rocha, Hélio Pólvora, James Amado, João Ubaldo Ribeiro, Joaquim Cruz Rios, Jorge Amado, Jorge Calmon, Jorge Medauar, Luís Henrique Dias Tavares, Maria José Quadros, Nilson de Oliva Cezar (Pixoxó), Paulo Gil Soares, Paulo Tavares, Vanderlei Carvalho, entre outros.

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