Reunidos em assembleia na tarde dessa sexta (04), os jornalistas dos jornais A TARDE e MASSA decidiram paralisar atividades na terça (08) e quarta (09), para protestar contra três meses de atraso salarial. Parte da redação ainda não percebeu o vencimento de dezembro/2021 e a direção da empresa sinalizou com o pagamento de janeiro/2022 apenas em abril. Os que têm contrato CLT também não receberam o 13º salário, pelo sexto ano consecutivo.
A paralisação é a única forma neste momento encontrada pelos jornalistas para mostrar à empresa que é preciso buscar uma solução para um problema que se arrasta desde o final de 2020, quando o cenário saiu de 1 para 3 salários atrasados. O cronograma de pagamento proposto na última reunião, de pagar janeiro até 15/04 e fevereiro até 15/05 é inaceitável para quem está com dívidas acumuladas e credores batendo à porta. O movimento serve também para informar a sociedade do estado de penúria que vivem os funcionários do jornal. Abaixo, listamos as pendências.
“A direção de A TARDE não pode mais pedir voto de confiança aos empregados depois de um ano descumprindo acordos e pagando salário com 3 meses de atraso”, diz o presidente do Sinjorba, Moacy Neves. Para ele, o jornal está colocando nas costas dos empregados o custo de sua gestão. “Após quase 15 meses de recrudescimento dos atrasos, a empresa não pode pedir a seus empregados que trabalhem sem receber, como tem sido feito, apenas com a promessa de que negócios estão sendo prospectados”.
Moacy informa ainda que o jornal promoveu um corte de quase 25% no quadro de pessoal da redação em agosto/setembro passado, mas até esta segunda (07) não pagou um centavo a quem saiu. “Há pessoas passando por humilhações todos os dias, porque desde dezembro esperam pelo pagamento prometido, sempre postergado”, diz.
O presidente do Sindicato diz que a entidade está à disposição para mediar negociações sérias, que levem a avanços concretos na empresa.
Situação dos trabalhadores de A TARDE/MASSA
1) Atraso salarial de no mínimo 2 meses desde o fim de 2020;
2) Não percepção do 13º salário desde 2016 pelos trabalhadores do regime CLT;
3) Redução de 10% nos contratos dos trabalhadores PJ desde maio de 2020;
4) Congelamento salarial desde 2016, acumulando uma perda de 32,64% até janeiro/2022;
5) Não percepção de tíquete-refeição desde 2017;
6) Não pagamento das rescisões dos demitidos em setembro de 2021, que até agora não receberam qualquer pagamento;7) Não recolhimento de FGTS/INSS há pelo menos 76 meses;
8) Intermitência do convênio médico, que vez ou outra é suspenso por falta de pagamento.