Dois dias após ser inaugurada, batizada com o nome do jornalista e escritor Florisvaldo Mattos, a Biblioteca do Jornalista Baiano, na sede do Sindicato dos Jornalistas da Bahia, incorpora as obras de Luís Pimentel, César Rasec, Lúcia Correia Lima e Jari Cardoso — acompanhado da co-autora, sua esposa Vilma Nascimento. Já estão na estante a produção literária de Florisvaldo Mattos, Ruy Espinheira, Fernando Vita, Nelson Cadena, Elieser Cesar, Jorge Ramos, Carlos Navarro, Tasso Franco, João Carlos Teixeira Gomes, Sérgio Mattos, Cau Gomez, Alessandra Nascimento, Jaciara Santos, Emiliano José, ZédeJesus Barreto, Franciel Cruz e Alberto Freitas. A Biblioteca é dedicada às publicações das jornalistas e dos jornalistas baianos, além de abrigar fotografias e ilustrações de fotógrafos, cartunistas e ilustradores.
LUÍS PIMENTEL
Do Rio de Janeiro chegou à sede do SINJORBA um pacote com quatro livros. O remetente: Luís Pimentel, nascido em Itiúba/BA, em 1953. Passou a primeira infância em Gavião; depois, Feira de Santana, ali vivendo o resto da infância e toda a juventude. Aos 21 anos, mudou-se para o Rio, onde se formou em Jornalismo e trabalhou nas principais redações de jornais e revistas: Ultima Hora, O Dia, Jornal do Brasil, Jornal Extra, O Pasquim, Opasquim21 e revistas MAD e Bundas, entre outras. Também foi roteirista de TV, em humorísticos como Escolinha do Professor Raymundo e Zorra Total.
Em paralelo ao Jornalismo, construiu uma sólida e fecunda carreira literária, com mais de 50 livros publicados, em variados gêneros – do romance ao teatro, passando por contos, poesia, infanto-juvenil e música. Seus últimos lançamentos foram “O Moreno Fez Bobagem – As Muitas Vidas de Assis Valente”, 2024; “Saudades dos Meus Botequins”, 2023; “Ainda Tem Sol em Ipanema”, 2022; e “Patativa do Assaré – Menino de Roça, Poeta do Povo, Cidadão do Mundo”, 2022.
Lança este ano, em Salvador, na Flipelô, na primeira semana de agosto, o volume de crônicas “O Carioca de Feira de Santana & Outras Crônicas Baianas”.
Para a Biblioteca do Jornalista Baiano, Luís Pimentel, mandou, via Sedex, os livros: “Saudades dos Meus Botequins”, 2023; “Ainda Tem Sol em Ipanema”, 2022; “Danação”, 2018, com prefácio do jornalista Antônio Torres; e “Sons da Palavra – Causos, Crônicas e Pérolas da MPB”, 2018.
CÉSAR RASEC
Antonio César Silva nasceu em 1963, mas assumiu o nome artístico de César Rasec no Jornalismo, na música e na literatura – além do futebol, que pratica e ainda torce fanaticamente pelo Bahêa. É Doutor em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, defendendo a tese “Jorge Mautner e Seus Múltiplos”. Tornou-se Mestre em Cultura e Sociedade, também pela UFBA, na Facom, dissertando sobre outro ícone da MPB: “A Trajetória de Vida de Luiz Caldas: Ascensão, Inflexão e Retomada”.
Da área de ciências exatas, cursou dois anos de Matemática até se transferir para o curso de Jornalismo na Facom. Mas levou os cálculos para a nova profissão, especializando-se na Diagramação. Começou no Correio da Bahia e, depois, foi levado por sua professora Helô Sampaio – jornalista e ex-presidente do SINJORBA – para a redação de A Tarde. Depois, parou na Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça, com o jornalista Antonio Matos e, atualmente, está na Assessoria da Câmara de Vereadoers de Salvador, em tabelinha com o grande jornalista José Bonfim, o Brown.
Na seara musical, gravou o CD “Concre-som”, em parceria com Frederick Steffen; com Luiz Caldas lançou o álbum “Melosofia”, quando homenageia dez filósofos; e o CD “Bossa Negra”, em parceria com Narlan Matos. Mantém, desde 2010, o blog Concrecoisa (concrecoisa.blogspot.com.br).
Para a Biblioteca do Jornalista Baiano, Rasec ofertou “Jorge Mautner e Seus Múltiplos: O Autor, o Narrador e o Personagem na Escrita Autobiográfica”, 2020; “Concrecoisa – Volume 2”, 2017; “Concrecoisa – Aqui a Imagem é a Literatura da Vida”, 2016; “Concrecoisa – Volume 1”, 2015; e “Jorge Mautner em Movimento”, 2004.
LÚCIA CORREIA LIMA
Maria Lúcia Correia Lima de Souza, jornalista, escritora, fotojornalista e capoeirista, nasceu em Salvador, mas, na flor dos seus 15 anos e o Brasil vivendo em plena ditadura militar, foi para o “exílio”, em São Paulo. Em 1968, seus companheiros e companheiras do movimento estudantil secundarista levaram-na para treinar capoeira, na escola do Mestre Suassuna, no centro da pauliceia desvairada.
Sua primeira incursão no Jornalismo foi na redação da revista Realidade, da Editora Abril. E logo foi contemplada com o prêmio Esso de Jornalismo, em 1971, graças a uma portentosa edição especial dedicada integralmente à Amazônia, com uma vendagem de mais de meio milhão de exemplares. Militou ainda na redação da revista Bondinho e montou o laboratório da revista Fotografia.
De volta à Bahia, atua nos principais jornais de Salvador, como Tribuna da Bahia – sob o comando do jornalista João Ubaldo Ribeiro – Correio da Bahia, sucursal baiana de O Globo e jornal Boca do Inferno, sempre em fotojornalismo, mas com incursões também pelo texto.
Foi morar no bairro do Santo Antônio, no Centro Histórico de Salvador, onde se inscreve para as aulas do lendário mestre João Pequeno, discípulo do Mestre Pastinha. É lá que surge o projeto sobre a capoeira, que atraía para o Brasil, na década de 1990, jovens de todo o mundo.
É justamente o seu livro “Mandinga em Manhattan”, 2016, com prefácio do jornalista Gustavo Falcón, que Lúcia Correia Lima depositou na estante da Biblioteca Florisvaldo Mattos, do Sindicato dos Jornalistas da Bahia. Ele é “filhote” do documentário dirigido por Lázaro Faria que recebeu, em 2008, o prêmio nacional DOCTV, do Ministério da Cultura. Nele, estão depoimentos de grandes mestres da capoeira, a exemplo de Jelon Vieira, que abre a primeira escola de capoeira em Nova York, em 1975; e dos mestres Decâneo, Camisa, Suassuna, Amém e Acordeom.
JARI CARDOSO
O jornalista Jari Cardoso começou escrevendo panfletos e informes para a POLOP – Organização Revolucionária Marxista Política Operária – grupo de esquerda, surgido em 1961. A convite do jornalista gaúcho Marcos Faerman, do Jornal da Tarde, de São Paulo, inicialmente começou a trabalhar de graça na Editoria de Esportes, convivendo com uma equipe de cobras criadas, a exemplo de Fernando Morais. O mesmo Faerman o levou para Porto Alegre, para a editoria de Cultura do jornal Zero Hora, em 1969, logo após a instauração do AI-5.
Retornou a SP, e foi trabalhar na sucursal da revista O Cruzeiro. Com O Pasquim, que começou a circular em junho de 1969, o jornalismo chamado alternativo ganhou força e ele foi para redação do JA – Jornal de Amenidades – de Tarso de Castro, Glauber Rocha e Luiz Carlos Maciel, o “guru da contracultura”. Passou pela revista Bondinho antes de um exílio de três meses no Chile, quando o nome dele foi listado pelas forças de repressão da ditadura militar.
Voltou ao Brasil, aterrissou no Rio e trabalhou em produção artística na equipe de Guilherme Araújo. De volta a São Paulo, foi parar na redação do Estadão, como copidesque, por oito anos, com passagens, durante e depois, na Folha de São Paulo. Já possuía ligações com a Bahia por causa de sua professora baiana de latim. Um dia, cansado dos ares paulistanos, amigo do casal de jornalistas João Santana e Lúcia Correia Lima, decidiu mudar-se para Salvador. Trabalhou na Secom da Prefeitura, no Jornal da Bahia por sete anos, e, por 22 anos, em A Tarde.
Para a Biblioteca Florisvaldo Mattos do Jornalista Baiano, Jari depositou um exemplar de “De Onde Vem Essa Força – Histórias da Família Nascimento de Minas Para o Mundo”, em parceria com Vilma Nascimento e João Marcos Veiga, recuperando a trajetória da família biológica do cantor e compositor Milton Nascimento. Trata-se da história de Maria Antônia de Oliveira, nascida em 1900, em Lima Duarte/MG, mãe de dez filhos. Sem marido, partiu, em meados da década de 1930, com toda a prole, para tentar a vida em Juiz de Fora. A primogênita, nascida em 1918, Maria do Carmo Nascimento mudou-se para o Rio. Em 1940, era cozinheira da família de D. Augusta, que tinha uma pensão na Tijuca. No início de 1942, Carminha engravidou do motorneiro João, nascendo o primeiro e único filho do casal, Milton. Carminha morreu dois anos depois e a filha de dona Augusta, Lília, acabou adotando o menino Milton.
MAIS JORNALISTAS
A Biblioteca Florisvaldo Mattos quer contar também com as obras dos jornalistas-escritores Albenísio Fonseca, Albino Rubim, Alexandre Lyrio, Ana Paula Ramos, André Holanda, Antônio Dias, Antônio Matos, Antônio Torres, Ari Donato, Aurora Vasconcelos, Biaggio Talento, Carla Trabazo, Carlos Barbosa, Carlos Ribeiro, Cássia Candra, Césio Oliveira, Chico Araújo, Chico Muniz, Chico Ribeiro Neto, Clara Albuquerque, Cláudia Correia, Cláudia Quadros, Eduardo Bastos, Elias Machado, Elton Serra, Fernando Conceição, Gabriela de Paula, Gilka Bandeira, Giovanni Giocondo, Gonçalo Junior, Heliana Frazão, Ivana Braga, Itamar Ribeiro, Jan Aline Silva, Jean Willis, Jeremias Macário, Jessica Smetak, João Leite, João Santana Filho (Patinhas), Jolivaldo Freitas, José Carlos Teixeira, Josélia Aguiar, Juarez Bahia, Lília Gramacho, Lílian de Souza, Luís Gama, Luis Guilherme Pontes Tavares, Luiza Torres, Marcelo Dantas, Marcelo Torres, Marcelinho Simões, Márcia Luz, Marcos Navarro, Marcos Palácios, Marcos Uzel, Marcus Gusmão, Mariana Paiva, Mariluce Moura, Mery Bahia, Mônica Lima, Muniz Sodré, Nelson Cerqueira, Nestor Mendes, Nildão, Nilson Galvão, Oleone Coelho Fontes, Orocil Pedreira, Oscar Paris, Othon Jambeiro, Otto Freitas, Paolo Marconi, Patrícia Sá Moura, Paulo Leandro, Roberto Macedo, Rogério Menezes, Samuel Celestino, Sebastião Nery, Sérgio Guerra, Sônia Serra, Stela Alves, Susana Varjão, Symona Gropper, Valber Carvalho, Valter Xéu, Vanda Amorim, Vander Prata, Waldomiro Junior, Washington de Souza Filho, Wilson Midlej, Zé Américo Castro, Zezão Castro, entre outros.
Entre os fotógrafos e cartunistas, já estão convidados os colegas Agliberto Lima, Anizio Carvalho, Antônio Queirós, Borega, Carlos Casaes, Elói Correia, Gentil, Setúbal, Helder Reis, Marco Aurélio, Margarida Neide e Rino Marconi.
Também serão contatados os familiares de filiados ilustres do Sinjorba que já faleceram, a exemplo de Ademar Gomes, Adroaldo Ribeiro Costa, Alberto Miranda, Ana Tereza Baptista, Anísio Félix, Antônio Jorge Moura, Ariovaldo Matos, Béu Machado, Chico Bina, Glauber Rocha, Hélio Pólvora, James Amado, João Ubaldo Ribeiro, Joaquim Cruz Rios, Jorge Amado, Jorge Calmon, Jorge Medauar, Luís Henrique Dias Tavares, Maria José Quadros, Nilson de Oliva Cezar (Pixoxó), Paulo Gil Soares, Paulo Tavares, Vanderlei Carvalho, entre outros.