
Foto: Eline Luz – Imprensa ANDES-SN
Em apoio à luta contra o genocídio imposto ao povo palestino em Gaza, o Sinjorba participou de um ato simbólico realizado em frente à Embaixada de Israel, no sábado (13), em Brasília. A manifestação também demonstrou indignação pelos mais de 240 jornalistas mortos na região do conflito, no exercício da profissão, desde a intensificação dos combates, em 2023. O Sindicato foi representado pelo secretário-Geral da entidade, Murilo Bereta, que estava a trabalho na capital federal.
A manifestação foi organizada por mais de 20 entidades de movimentos sociais e coletivos estudantis, com o apoio do Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes-SN). Durante o protesto, os presentes também reivindicaram o término do bloqueio ilegal à ajuda humanitária levado a cabo pelo exército israelense. A atividade manifestou apoio à Flotilha Global Sumud que, neste momento, navega levando suprimentos à Faixa de Gaza. A missão internacional é composta por uma frota com mais de 40 barcos, que saíram de várias regiões do mundo e, juntos, têm a missão de furar o bloqueio de Israel e chamar a atenção da imprensa mundial para o genocídio.
A manifestação em frente à Embaixada de Israel ocorreu simultaneamente em diversas cidades do Brasil. Os protestos também reivindicaram o reconhecimento do Estado Palestino, o rompimento das relações diplomáticas entre Brasil e Israel e o final da comercialização do petróleo brasileiro com o governo israelense.

Luto pelos milhares de mortos. Foto: Eline Luz – Imprensa Andes-SN
Massacre de civis
O número de jornalistas mortos em Gaza é quatro vezes maior que a soma das duas grandes guerras mundiais. Os dados são do Comitê de Proteção de Jornalistas (CPJ), uma ONG voltada à defesa da liberdade de imprensa, entidade criada nos Estados Unidos, em 1981.
Entre a intensificação dos combates, em outubro de 2023, até o início de agosto deste ano, mais de 62 mil palestinos já haviam morrido e outros 200 mil foram feridos. Os dados são do Ministério da Saúde de Gaza, confirmados pela ONU. Sobre os mortos, segundo uma investigação conjunta do jornal “The Guardian”, da revista israelo-palestina “+972 Magazine” e do site israelense Local Call, cerca de 83% eram civis. As informações tiveram como fonte as próprias Forças Armadas de Israel.
O presidente do Instituto Brasil Palestina (IBRASPAL), Ahmed Shehada, que esteve no protesto, afirmou que a estratégia utilizada por Israel no conflito não tem precedentes na história. “Em nenhuma guerra tantos jornalistas foram assassinados deliberadamente. Quem tem medo de jornalista é aquele que está fazendo errado, que sabe o que está fazendo errado. Mataram centenas de funcionários da ONU, da Defesa Civil, médicos”. Indignado, Shehada conclui: “É preciso que todos os seres humanos com mente sã, normal, levantem suas vozes para dizer chega!”.
Obrigação profissional
Os atos pelo Brasil aconteceram no mesmo período em que uma Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU concluiu que Israel cometeu genocídio contra o povo palestino nas suas incursões em Gaza, primeiro passo para colocar o país no banco dos réus dos crimes de guerra. Em várias partes do mundo a condenação avança. A Espanha acabou e impor sanções a Israel e a tradicional La Volta, evento de ciclismo que circula todo o país, teve sua última etapa interrompida e finalizada antes da metade do percurso no domingo (14) após protestos gigantescos em Madrid contra a participação de uma equipe israelense na prova.
Para o dirigente do Sinjorba, Murilo Bereta, a participação no ato foi mais uma obrigação profissional. “O genocídio contra os palestinos em geral e, em particular, contra os nossos colegas jornalistas, entra para a história como uma das páginas mais tristes e sangrentas da humanidade. Como profissionais de imprensa, temos o dever de intensificar as denúncias à sociedade, assim como pressionar as entidades e organismos internacionais pelo fim do massacre e pela punição ao Estado de Israel. O Sinjorba, em consonância com a Fenaj, seguirá com ações de apoio aos jornalistas palestinos e de denúncia do genocídio”, finalizou.

Murilo Bereta – dirigente do Sinjorba em frente à Embaixada de Israel