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Sinjorba pede ações urgentes após videorrepórter ser ameaçado ao vivo em Salvador

por Fernanda Gama

Imagem: Reprodução/redes sociais/TV Bahia

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) manifesta sua profunda indignação diante do grave episódio ocorrido nesta segunda-feira (11), quando o videorrepórter Rildo de Jesus, da TV Bahia, foi ameaçado ao vivo por quatro homens armados durante a cobertura dos estragos provocados por um tiroteio entre traficantes e policiais no Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador. Mesmo equipado com colete à prova de balas e com a presença de policiamento ostensivo na região, o profissional foi obrigado a interromper o trabalho e deixar o local imediatamente para preservar sua vida.

O Sinjorba reforça a urgente necessidade de adoção de protocolos de segurança e políticas claras de proteção aos profissionais, ressaltando que cabe também aos veículos de comunicação garantir a integridade de seus repórteres. Isso inclui oferecer apoio e acompanhamento de segurança em áreas conflagradas, disponibilizar equipamentos de rastreamento e comunicação em tempo real e promover treinamento especializado para atuação em zonas de conflito.

Para o presidente do Sinjorba, Moacy Neves, “o jornalismo é uma atividade essencial para a democracia, mas não pode ser exercido em condições que coloquem em risco a vida de quem o pratica. É dever das empresas de comunicação garantir a segurança dos seus profissionais, adotando medidas concretas e eficazes. A busca pela notícia não pode custar vidas.”

O sindicato ressalta ainda que, além da insegurança já enfrentada diariamente no exercício do jornalismo, soma-se também o risco adicional do modelo de motolink, no qual o jornalista acumula as funções de repórter, cinegrafista e piloto de motocicleta, ficando ainda mais vulnerável, especialmente em áreas de risco. Essa prática, adotada para dar agilidade à cobertura, ignora que o direito da população à informação não pode ser sustentado à custa do perigo extremo imposto a quem a produz.

Violência contra jornalistas mantém cenário preocupante

O ano de 2024 registrou 144 episódios de violência contra a atividade jornalística no Brasil, uma redução de 20,44% em relação aos 181 casos de 2023. No entanto, a natureza das agressões mantém o cenário igualmente grave: agressões físicas representam 30% dos registros, segundo o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil 2024. O Nordeste responde por 25% de todos os casos, e a Bahia, tristemente líder no ranking da região pelo terceiro ano consecutivo, concentra 6,25% das ocorrências nacionais.

O Sinjorba, alinhado à Fenaj, seguirá vigilante e comprometido com a defesa da categoria. A entidade incluirá a agressão sofrida pelo repórter no relatório da violência contra a imprensa organizado pela Federação e também registrará o caso para acompanhamento na Rede de Combate à Violência Contra Profissionais de Imprensa, coordenada pelo Sinjorba e pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI).

Não aceitaremos que jornalistas continuem sendo expostos a ameaças, intimidações ou violência armada no exercício de seu trabalho. A vida e a integridade física dos profissionais da imprensa devem estar acima da pressa por entrar no ar ou da disputa por audiência. O Sinjorba continuará atuando para que episódios como o vivido pelo colega Rildo de Jesus não se repitam, defendendo sempre que informar é um direito da sociedade, e quem informa merece respeito, valorização e segurança.