Na audiência on-line, o presidente da entidade vai apresentar dados que embasaram decisão da CIB para priorizar categoria. Ontem, live tirou dúvidas dos colegas.
O Sinjorba vai se reunir, de forma virtual, às 11h30 desta quinta-feira (20) com o Grupo de Trabalho de Covid do Ministério Público Estadual da Bahia para apresentar um dossiê que traz dados preocupantes sobre como a pandemia afeta os profissionais de imprensa. Um levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas, revelou que a Covid-19 mata um jornalista por dia no Brasil. Esse número assustador de vidas perdidas de quem está na linha de frente levando informação de qualidade para a população na maior crise sanitária da História embasa o pedido, acatado esta semana pelas autoridades sanitárias da Bahia, de priorizar a vacinação de quem trabalha na imprensa.
Hoje, a Comissão Intergestores Bipartite (CIB) publicou no Diário Oficial da Bahia a decisão tomada na reunião de terça-feira (18) que inclui jornalistas de redação e assessorias, radialistas, fotojornalistas, cinegrafistas, radialistas e profissionais de blogs e portais informativos entre os grupos prioritários para a imunização. Ontem, os Ministérios Públicos Estadual e Federal oficiaram a CIB, recomendando que não aprovasse e as secretarias de saúde não executassem vacinação de grupos não previstos no PNO, alegando uma possível violação ao princípio de equidade.
A recomendação desconsidera que o decreto 10.288/2020, publicado em março do ano passado, considerou a atividade de imprensa essencial durante a pandemia de COVID-19. Além disso, entre janeiro e abril de 2021, a categoria assistiu a perda de 124 colegas para a doença, uma média de 31 por mês, bem acima da média verificada em 2020, que foi de 8,3 óbitos/mês. No total, já são 213 profissionais mortos.
Outro estudo publicado este mês pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), “Boletim Emprego em Pauta”, também reforça o risco que jornalistas têm vivido para informar a população. Baseada nos dados do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), houve um crescimento de 124,5% nos desligamentos por morte entre profissionais no setor de Informação e Comunicação: foram 194 desligamentos no primeiro trimestre de 2020, número que saltou para 435 no mesmo período deste ano. A proporção só fica atrás da área médica e de eletricidade e gás. Os dados coincidem com o arrefecimento da pandemia, quando muitos jornalistas foram chamados a voltar ao presencial.
A audiência on-line com o Ministério Público será uma oportunidade também para pedir o apoio da instituição para pressionar o Ministério da Saúde para a inclusão de jornalistas no Brasil inteiro, já que a inclusão como atividade essencial permitiu que as empresas convocassem os profissionais para atividades presenciais.