Home SinjorBA Sinjorba se reúne hoje com MP para reforçar importância da vacina para jornalistas

Sinjorba se reúne hoje com MP para reforçar importância da vacina para jornalistas

por Fernanda Gama

Na audiência on-line, o presidente da entidade vai apresentar dados que embasaram decisão da CIB para priorizar categoria. Ontem, live tirou dúvidas dos colegas.

O Sinjorba vai se reunir, de forma virtual, às 11h30 desta quinta-feira (20) com o Grupo de Trabalho de Covid do Ministério Público Estadual da Bahia para apresentar um dossiê que traz dados preocupantes sobre como a pandemia afeta os profissionais de imprensa. Um levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas, revelou que a Covid-19 mata um jornalista por dia no Brasil. Esse número assustador de vidas perdidas de quem está na linha de frente levando informação de qualidade para a população na maior crise sanitária da História embasa o pedido, acatado esta semana pelas autoridades sanitárias da Bahia, de priorizar a vacinação de quem trabalha na imprensa. 

Hoje, a Comissão Intergestores Bipartite (CIB) publicou no Diário Oficial da Bahia a decisão tomada na reunião de terça-feira (18) que inclui jornalistas de redação e assessorias, radialistas, fotojornalistas, cinegrafistas, radialistas e profissionais de blogs e portais informativos entre os grupos prioritários para a imunização. Ontem, os Ministérios Públicos Estadual e Federal oficiaram a CIB, recomendando que não aprovasse e as secretarias de saúde não executassem vacinação de grupos não previstos no PNO, alegando uma possível violação ao princípio de equidade. 

A recomendação desconsidera que o decreto 10.288/2020, publicado em março do ano passado, considerou a atividade de imprensa essencial durante a pandemia de COVID-19. Além disso, entre janeiro e abril de 2021, a categoria assistiu a perda de 124 colegas para a doença, uma média de 31 por mês, bem acima da média verificada em 2020, que foi de 8,3 óbitos/mês. No total, já são 213 profissionais mortos. 

Outro estudo publicado este mês pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), “Boletim Emprego em Pauta”, também reforça o risco que jornalistas têm vivido para informar a população. Baseada nos dados do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), houve um crescimento de 124,5% nos desligamentos por morte entre profissionais no setor de Informação e Comunicação: foram 194 desligamentos no primeiro trimestre de 2020, número que saltou para 435 no mesmo período deste ano. A proporção só fica atrás da área médica e de eletricidade e gás. Os dados coincidem com o arrefecimento da pandemia, quando muitos jornalistas foram chamados a voltar ao presencial.

A audiência on-line com o Ministério Público será uma oportunidade também para pedir o apoio da instituição para pressionar o Ministério da Saúde para a inclusão de jornalistas no Brasil inteiro, já que a inclusão como atividade essencial permitiu que as empresas convocassem os profissionais para atividades presenciais.