Dentro da programação das atividades do Fórum Social Mundial, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) lançou no dia 26 de janeiro, o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2020. O documento registra que o ano foi o mais violento, desde o início da década de 1990, quando a entidade iniciou a série histórica.
Jornalistas passaram a ser agredidos por populares, muitas vezes, incitados por quem deveria zelar pela ordem pública. A postura do próprio presidente Bolsonaro e de sua estrutura de governo, em fazer e promover ataques sistemáticos à mídia, tem resultado no aumento dos casos de agressões.
As estatísticas mostram mais que o dobro das ocorrências de 2019, que já havia sido marcado pelo crescimento das violações à liberdade de imprensa no país. 2020 apontou aumento de 105,77% nos registros desse tipo de violência. Entre os 428 casos de ataques, ocorreram dois assassinatos.
Ataques virtuais e censuras
O relatório da Fenaj também aponta o aumento dos casos de agressões verbais/ataques virtuais, que cresceram 280% em 2020 em relação ao ano anterior. E se esse número já impressiona, o que se vê na categoria de censuras são estarrecedores 750% de aumento de casos.
Além das agressões físicas, o cerceamento à liberdade de imprensa tem se dado ainda por ações judiciais, o que também é muito preocupante na avaliação da Federação. Para a presidente da Fenaj, Maria José Braga, as instituições precisam tomar providências enérgicas para que a violência seja investigada, combatida e punida, pois o Jornalismo e os jornalistas precisam do apoio da sociedade para seguir informando com responsabilidade e qualidade.
Orquestração nefasta
Para o presidente do Sinjorba, Moacy neves, o relatório da Fenaj cumpre papel fundamental ao dar visibilidade a algo que vai de encontro ao processo civilizatório. “Na sociedade da informação em que vivemos, é um paradoxo que a categoria que tem a formação adequada para cumprir papel social de tal relevância seja hostilizada. Mais grave ainda identificar que isso ocorre por uma orquestração que tem nitidamente à frente o presidente da República”.
Importante salientar, ainda, que essa onda de violência contra os jornalistas ocorre em plena pandemia do coronavírus, quando o jornalismo cumpre papel essencial na sociedade e os profissionais arriscam a própria vida na linha de frente do combate à Covid, para produzir informação responsável e de qualidade.
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