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Xenofobia é crime, o Nordeste é Brasil

por Fernanda Gama

Os sindicatos que representam os jornalistas do Nordeste e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), vêm a público manifestar sua preocupação, tristeza e desencanto com a escalada de manifestações de xenofobia contra os nordestinos, verificada após a apuração das eleições, dia 2 de outubro.

Preocupação porque veem se concretizar o objetivo do presidente da República de dividir os brasileiros com fins meramente eleitorais, de benefício pessoal, sem nenhum ganho para a Nação e a coletividade. O próprio Jair Bolsonaro foi autor de um dos mais rasteiros ataques aos nordestinos após o primeiro turno das eleições.

Tristeza porque veem cidadãos cometerem crime de xenofobia (Lei nº 9.459, de 13/05/1997) como se fosse algo normal, contra outros brasileiros, apenas por estes manifestaram o direito constitucional de escolher quem acham melhor para lhes governar. Não se vê o contrário, os moradores do Nordeste xingarem eleitores de outras regiões por discordar deles escolherem um governante que faz chacota e zombaria da morte dos outros, como fez o atual presidente na época da pandemia ao ironizar o desespero de vítimas da covid no Amazonas.

E desencanto, porque tais manifestações de xenofobia, portanto crime, tentam se legitimar em alegada superioridade intelectual, o que demonstra a clara inversão de valores. Nordestinos são protagonistas na cultura, na literatura, nas artes, na Medicina, na Justiça, na política. Nossos estudantes têm sido destaque em notas recentes do ENEM e de olímpiadas nacionais de Matemática. Vê-se, portanto, que o Brasil precisa, urgentemente, recuperar a ode à Educação e Cultura como um bem da cidadania.

Neste 8 de outubro, dia em que a Câmara de São Paulo elegeu como o DIA DO NORDESTINO, em reconhecimento ao papel desses brasileiros na construção e no desenvolvimento econômico da cidade, as entidades dos jornalistas abaixo assinadas se manifestam contra os atos de xenofobia vistos essa semana.

Esperamos que o Ministério Público Federal (MPF) proceda como manda a lei e acione os autores na Justiça, buscando a punição cabível pelo crime cometido. E exigimos que o presidente da República brasileira preze pelo decoro da função, cessando o incentivo à violência e desrespeito contra o Nordeste e os nordestinos.

Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão, Brasil.