Home SinjorBA Acordo do Correio será debatido na SRTE nesta terça (25)

Acordo do Correio será debatido na SRTE nesta terça (25)

por Fernanda Gama

A pedido do Sinjorba, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) do Ministério do Trabalho na Bahia convocou reunião de mediação com o Correio para esta terça (25), 10h, na sede do órgão, no Comércio. O objetivo do Sindicato com o encontro mediado é superar o impasse existente para o fechamento do acordo salarial 2023.

O Correio ofereceu um reajuste de 4%, mas a proposta foi rejeitada pelos jornalistas por unanimidade em assembleia realizada no dia 14 de junho. Com apenas um voto contrário, os trabalhadores decidiram também ampliar a mobilização e continuar o processo de negociação. Isso porque, se fechado o acordo com esse número, será consolidada uma perda de quase 17%, acumulada entre maio/2019 e abril/2022.

Somente para relembrar, em 2020, quando eclodiu a pandemia de covid-19, não houve negociação, apesar de uma perda inflacionária de 2,46%. Os prejuízos dos jornalistas foram ainda maiores porque em abril daquele ano a empresa impôs redução salarial de 25% que durou nove meses, amparada na MP 936, que entregava “faca e queijo” ao empregador, dando-lhe a prerrogativa de reduzir os vencimentos através de acordos individuais com os empregados, sem a participação dos sindicatos. Em 2021, para uma inflação de 7,59% acumulada no ano, a empresa endureceu a negociação e concedeu só 2%. E em 2022, apenas 4% para uma inflação de 12,47%.

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Tal política de arrocho salarial impactou fortemente a situação financeira dos jornalistas do Correio. A soma de perdas chega a provocar um prejuízo anual de R$ 7 mil para o trabalhador que percebe o piso salarial.

Em comunicado lacônico no dia 20 de junho passado, a empresa deu a negociação por encerrada. No texto enviado ao Sindicato, pôs até a matemática em dúvida: “(…) Com esse objetivo ofertamos, além do reajuste inflacionário, um aumento no valor da ajuda de custo, e o pagamento de uma bonificação extra que compense as perdas que vocês entendem devidas (…).

Para o presidente do Sindicato, Moacy Neves, o Correio age com injustiça para com seus empregados e coloca na mesa de negociação um precedente ruim para a relação de trabalho. “Ao não aceitar estabelecer uma política de reposição dessas perdas a empresa não reconhece o esforço e compreensão dos jornalistas nas horas difíceis da pandemia, dando-lhes o direito de agirem daqui para a frente da mesma maneira”, diz.

Moacy diz que posturas como essa do Correio fazem a entidade e os jornalistas tirarem bom aprendizado de como agirem no futuro na hora da choradeira patronal.