Na sexta-feira (17), o Diário Oficial do Estado trouxe a publicação da instalação de uma sindicância para apurar a existência de prática de assédio moral na TV e Rádio (Surte) da Universidade Estadual do Sudoeste (Uesb). No sábado (18), o DOE trouxe o afastamento do diretor do setor, Rubens Sampaio, até que os trabalhos da comissão indicada sejam concluídos.
A denúncia de assédio moral foi feita pelo Sinjorba no dia 1º de março, após depoimentos colhidos pela entidade com quatro servidores – três mulheres e um homem – que apontaram perseguições e outras práticas autoritárias no sistema de Rádio e TV da Universidade. As denúncias atingem também a Assessoria de Comunicação.
“Com atraso de 17 dias, a Uesb resolveu tomar alguma iniciativa para averiguar as denúncias no Surte, o que já é alguma coisa, uma vez que, no primeiro momento, a Reitoria optou por tentar desqualificar a denúncia e os denunciantes”, diz o presidente do Sinjorba, Moacy Neves.
Para ele, a repercussão do assunto na mídia e a atuação de outras organizações, que cobraram da Universidade um posicionamento, foram fundamentais para que a sindicância e o afastamento ocorressem. “A visibilidade alcançada pelo pedido do Sinjorba à Reitoria forçou a instituição a adotar providências para investigar o caso, uma vez que denúncias anteriores feitas à Uesb não obtiveram a devida atenção da administração”, completou o sindicalista.
Independentemente da sindicância anunciada pela Uesb, o Sinjorba ingressou com uma representação no Ministério Público do Trabalho (MPT), pedindo investigação do caso. O pedido foi assinado pelo advogado da entidade, Victor Gurgel, e está tramitando na Procuradoria do Trabalho de Vitória da Conquista. Na quinta-feira (16), a Reitoria foi notificada do procedimento.
Moacy Neves diz que as averiguações deveriam se estender à Assessoria de Comunicação da Uesb, que é dirigida pela mesma pessoa e onde também há queixas semelhantes. Essa situação, informa ele, faz parte do pedido feito ao MPT-BA. O sindicalista alerta também que a Universidade, que possui um curso de Jornalismo, deve se deter sobre este conflito de origem, de um mesmo dirigente ocupar os dois cargos, já que os órgãos – Surte e Ascom – têm funções completamente diferentes e objetivos distintos. Vale ressaltar que esse mesmo gestor está à frente de outro setor da instituição, a Unidade de Informática (Uinfor).