O acervo da Biblioteca do Jornalista Baiano foi aumentado com as obras de Nelson Cadena, Carlos Navarro, Tasso Franco e João Carlos Teixeira Gomes (Joca). Os escritores – e, no caso de Joca, representado por sua viúva Lúcia Jacobina e por seu filho João Paulo – foram ao Sindicato dos Jornalistas da Bahia fazer a entrega de mais 36 livros de autoria deles. A Biblioteca do Jornalista Baiano será aberta em 16 abril, a partir de 18h, durante a solenidade de reinauguração da sede do SINJORBA, à Rua Chile, no Edifício Bráulio Xavier, por ocasião de celebração dos 73 anos de fundação da entidade. A Biblioteca será dedicada às publicações de jornalistas e jornalistas baianos, além de abrigar fotografias e ilustrações de fotógrafos, cartunistas e ilustradores.
NELSON CADENA
Nelson Varón Cadena, colombiano de Bogotá, é baiano de carteirinha desde setembro do ano passado, quando recebeu, da Assembleia Legislativa da Bahia, o Título de Cidadão Baiano. Chegou à Bahia em 7 de setembro de 1973 e o seu primeiro emprego foi na Tribuna da Bahia – depois, trabalhou em A Tarde e Correio da Bahia. Jornalista, publicitário, pesquisador e escritor, Cadena é autor de 18 obras, entre elas livros fundamentais como “Brasil – 100 anos de Propaganda”, “450 Anos de Propaganda na Bahia”, A Cidade da Bahia” e “Olhares de Rua”. Está no prelo sua obra seminal: o primeiro volume da “História da Imprensa Baiana”, de 1811 a 1911.
Para a Biblioteca do Jornalista Baiano, Cadena ainda deve 14 livros, mas já ofertou exemplares de “História da Propaganda no Brasil”, 1990; “Correio da Bahia – 40 Anos de Inovação”, 2020; e Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, 2013 e 2017. Em compensação, ele também entregou para a Biblioteca 18 volumes de “Cadernos da Comunicação”, 2003; um livro fundamental sobre o jornalismo e a literatura: “A imprensa e a Literatura”, 1949, de Pedro Calmon; “Opinião x Censura”, de Pinheiro Machado, 1978; e “Veja Sob Censura – 1968-1976”.
CARLOS NAVARRO
O jornalista e ex-presidente do Sindicato do Jornalistas da Bahia, Carlos Navarro Filho também fez questão de ir à sede do SINJORBA para fazer a doação de sua obra literária para o acervo da Biblioteca do Jornalista Baiano. Navarrinho começou no Jornalismo como repórter do Jornal da Bahia e, durante 30 anos, comandou a redação do jornal O Estado de São Paulo, além de grande atuação no marketing político.
Para a biblioteca, Navarro ofertou os livros “Boquira” 2017, livro-reportagem que narra a história da exploração de chumbo em Boquira, sertão da Chapada Diamantina, nos anos 1950, pela multinacional francesa Peñarroya, com o governador Antônio Balbino desapropriando um povoado inteiro para dá-lo à companhia exploradora; e também o seu terceiro livro, “Goroba E Os Amores Errantes”, 2021, desdobramento do primeiro “Goroba”, livro de contos lançado em 2015 – cuja edição está esgotada.
TASSO FRANCO
De Serrinha/BA, onde viveu sua infância e adolescência, entre 1945 e 1957, o jornalista Tasso Paes Franco é um artista múltiplo: escritor, historiador, pesquisador, crítico gastronômico, músico e videomaker. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, em 1971, sempre foi irrequieto. Nos anos 1970, integrou a redação efervescente do Jornal da Bahia; atuou como assessor de imprensa da antiga Telebahia, ao lado de nomes como José Curvello, Zé Cerqueira, Nadya Argôlo e Lúcia Cerqueira; editor de A Tarde; fundador e editor-chefe do Bahia Hoje, o primeiro jornal totalmente informatizado da Bahia; e foi secretário de Comunicação da Prefeitura de Salvador na gestão do prefeito Antônio Imbassahy, entre 1997 e 2005.
Para a Biblioteca do Jornalista Baiano, Franco entregou 15 obras: “Antenor Providência, 1985; “O Círculo do Poder na Bahia”, 1990; “Catarina Paraguaçu – A Mãe do Brasil”, 2001; “O Trancelim da Baiana”, 2002; A Rainha Apolônia e o Quilombo da Flor Roxa”, 2003; “Sua Eminência, o Cardeal”, 2004; “O Rasta do Pelô”, 2006; “Os Gêmeos da Catalunha”, 2007; “Serrinha”, 2008; “A Lenda do Caramuru, o Deus do Trovão da Bahia”, 2009; “O Lobisomem de Serrinha”; 2010; “Tenente-Coronel Santo Antônio da Bahia”, 2012; “Lobisomem de Serrinha – Conselheiro da República”, 2017; “Crônicas Literárias Psicografadas por Rosa de Lima”, 2019; e “História dos Bairros de Serrinha”, 2023.
JOÃO CARLOS TEIXEIRA GOMES (JOCA)
João Carlos Teixeira Gomes, o Joca, não está mais entre nós – nos deixou em 2020 – mas a sua viúva Lúcia Jacobina e o seu filho João Paulo fizeram questão de ir à Rua Chile, levar pessoalmente a obra literária do “Pena de Aço”, um dos mais sagazes e inteligentes jornalistas de todos os tempos. Filho do primeiro goleiro do Esporte Clube Bahia, Joca era um apaixonado pelo Esquadrão – a ponto de o cronista Armando Oliveira escrever que ele “se transformava” na Fonte Nova.
Foi um titã no Jornal da Bahia, entre 1958 e 1977, nunca deixando a chama se apagar na luta contra o todo-poderoso Antônio Carlos Magalhães. “Eu digo com muito orgulho que o que sempre distinguiu a minha carreira jornalística foi a coragem de defender a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e a liberdade de pensamento – três bens essenciais da vida humana na sociedade”, dizia o jornalista, poeta, professor da Faculdade de Comunicação e escritor, que integrou um grupo de jovens escritores e intelectuais que ficaria conhecido como a “Geração Mapa”, junto com Glauber Rocha, Florisvaldo Matos, Fernando da Rocha Peres, Calasans Neto, Paulo Gil Soares, entre outros.
Carinhosamente, Lúcia e João Paulo doaram praticamente toda a obra de João Carlos Teixeira Gomes: “Camões Contestador e Outros Ensaios”, 1979; “Gregório de Mattos, o Boca de Brasa”, 1985; “A Esfinge Contemplada”, 1988; “A Tempestade Engarrafada”, 1995; “Glauber Rocha – Esse Vulcão”, 1997; “O Telefone dos Mortos”, 1997; “Memórias das Trevas: Uma Devassa na Vida de Antônio Carlos Magalhães”, 2001; “Assassinos da Liberdade”, 2008; “O Labirinto de Orfeu – Teoria e Prática do Soneto”, 2014; “A Arca dos Tesouros”, 2018; “A Brava Travessia”, 2016; “Geração Mapa”, 2019; e “Discurso de Posse na Academia de Letras da Bahia”, 2020, além do número 5 da Revista Iararana, 2001. Faltam ainda “Ciclo Imaginário”, 1975; e o “O Domador de Gafanhotos”, 1976.
MAIS JORNALISTAS
A Biblioteca do Jornalista Baiano quer contar também com as obras dos jornalistas-escritores Albenísio Fonseca, Alberto Freitas, Albino Rubim, Alexandre Augusto, Alexandre Lyrio, André Holanda, Antônio Dias, Antônio Matos, Antônio Torres, Ari Donato, Aurora Vasconcelos, Biaggio Talento, Carlos Barbosa, Carlos Ribeiro, Cássia Candra, César Rasec, Césio Oliveira, Chico Araújo, Chico Muniz, Chico Ribeiro Neto, Cláudia Quadros, Eduardo Bastos, Elias Machado, Elieser Cesar, Emiliano José, Fernando Conceição, Franciel Cruz, Gabriela de Paula, Giovanni Giocondo, Gonçalo Junior, Heliana Frazão, Ivana Braga, Itamar Ribeiro, Jan Aline Silva, Jean Willis, Jeremias Macário, Jessica Smetak, Joana D’Arck, João Leite, João Santana Filho, Jolivaldo Freitas, José Carlos Teixeira, Josélia Aguiar, Juarez Bahia, Lílian de Souza, Lúcia Correia Lima, Luís Gama, Luiza Torres, Marcelo Torres, Marcelinho Simões, Márcia Luz, Marcos Navarro, Marcos Palácios, Marcus Gusmão, Mariana Paiva, Mariluce Moura, Mery Bahia, Muniz Sodré, Nelson Cerqueira, Nestor Mendes, Nildão, Nilson Galvão, Oldack Miranda, Oleone Coelho Fontes, Orocil Pedreira, Oscar Paris, Othon Jambeiro, Otto Freitas, Paolo Marconi, Patrícia Sá Moura, Paulo Leandro, Roberto Macedo, Rogério Menezes, Ruy Espinheira, Samuel Celestino, Sebastião Nery, Sérgio Matos, Sérgio Guerra, Sônia Serra, Stela Alves, Susana Varjão, Symona Gropper, Valber Carvalho, Valter Xéu, Vanda Amorim, Vander Prata, Waldomiro Junior, Washington de Souza Filho, Wilson Midlej, Zé Américo Castro, Zé de Jesus Barreto, Zezão Castro, entre outros.
Entre os fotógrafos e cartunistas, já estão convidados os colegas Agliberto Lima, Anizio Carvalho, Borega, Carlos Casaes, Cau Gomez, Elói Correia, Gentil, Setúbal, Helder Reis, Marco Aurélio, Margarida Neide e Rino Marconi.
Também serão contatados os familiares de filiados ilustres do Sinjorba que já faleceram, a exemplo de Adroaldo Ribeiro Costa, Alberto Miranda, Ana Tereza Baptista, Anísio Félix, Antônio Jorge Moura, Ariovaldo Matos, Chico Bina, Glauber Rocha, Hélio Pólvora, James Amado, João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado, Jorge Calmon, Luís Henrique Dias Tavares, Maria José Quadros, Paulo Gil Soares e Paulo Tavares, entre outros.