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Jornal a tarde não negocia com Sinjorba e mantém condições difíceis para os funcionários

por Fernanda Gama

Jornal A Tarde não negocia com Sinjorba e mantém condições difíceis para os funcionários



Os trabalhadores de A TARDE chegam ao meio do mês de novembro sem nenhuma expectativa de receber a primeira parcela do 13º salário no dia 30 que vem. A sensação não é nova. Parte dos trabalhadores, há três anos, não recebem o benefício.

Mas, após as comemorações do aniversário de 107 anos da empresa em outubro, registradas com pequenas melhorias no espaço físico de A TARDE – o que há anos não ocorria -, e até celebrações externa e interna (esta com a participação de funcionários da casa, mas sem representantes da direção da empresa), além de redução nos atrasos no pagamento de salários, havia, sim, a esperança de que o fim do ano fosse diferente.

No entanto, essa expectativa vem se desfazendo na medida em que a direção do jornal alterou o seu quadro funcional de celetistas, promovendo demissões com condições de pagamento desrespeitosas e desumanas (os prazos previstos para quitação desse pagamento são de 12 a 24 meses), e fez algumas contratações de Microempreendedores Individuais (MEI). Estes trabalham em condições similares aos celetistas, sendo obrigados a cumprir horário de entrada e de saída, e jornada, obedecendo a hierarquia e sofrendo com o atraso nos pagamentos, o que também contraria a lei e já foi denunciado pelo Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) no mInistério Público do Trabalho.

As demissões, contrariando a decisão estabelecida no Acordo Global celebrado com o setor de conciliação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em 2016, têm sido feitas com o parcelamento a longo prazo das verbas indenizatórias e do FGTS, este com pagamento das parcelas devidas aos trabalhadores, suspenso há cerca de três anos.

Os acordos coletivos dos anos de 2018 e 2019 ainda não foram assinados, a despeito da cobrança feita pela diretoria recém-eleita do Sinjorba, que também tenta marcar com a diretoria da empresa a negociação de novas condições para as demissões de trabalhadores.

Os tíquetes-refeição estão atrasados desde julho (o último deles foi pago com 50% do valor devido). O vale-transporte é pago no prazo-limite. Os trabalhadores de A TARDE também perderam o direito de gozar as férias contando com o 1/3 do salário destinado por lei para este objetivo. As férias de outubro deste ano ainda não foram pagas, muito menos as de novembro, o salário de outubro já está com pagamento atrasado e é uma incógnita se será quitado nos próximos dias.

Acordo Global

Para completar, a empresa peticionou ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no processo do Acordo Global de pagamento das dívidas trabalhistas, pedindo o parcelamento de um débito de R$ 1,2 milhão, que quitaria os atrasos de pagamento do ano passado. A empresa teria que fazer este aporte no dia 11 de novembro e não cumpriu. A assessoria jurídica do Sinjorba já está adotando as medidas cabíveis.

Em contrapartida, o acúmulo de trabalho é real. Enquanto perdem direito ao adicional de férias em tempo hábil, os jornalistas substituem colegas em férias acumulando funções, sem nenhuma compensação financeira.

Diante de tantas demandas, o Sinjorba cobra da empresa as negociações mais urgentes: assinatura de acordo coletivo de trabalho (o que não ocorre desde 2018), novas condições para as demissões, pagamentos de salários e de benefícios em dia e maior diálogo com os funcionários sobre mudanças estruturais e planejamento.

Assembleia

Ao mesmo tempo, a entidade vai convocar uma assembleia com os jornalistas para decidir como vamos nos posicionar caso a empresa continue negando uma boa relação de trabalho, ignorando as negociações com seus colaboradores e sua representação sindical.