O fotojornalista Antônio Saturnino Bezerra da Silva, 65 anos, morreu dormindo na madrugada de domingo, e segundo Jaci Albernaz Bezerra, com quem foi casado e, depois, conviveu como amigos por 44 anos, não era portador de doença. O enterro foi realizado nesta segunda (21), no Cemitério Memorial Vale da Saudade, em Candeias.
Este ano se completaram 40 anos de formatura da turma de 1985 da antiga Escola Baiana de Comunicação, atualmente Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, da qual fazia parte Saturnino, Satu para os íntimos. Fazia parte do Flamboyant — grupo de Whatsapp dos colegas do mesmo ano de entrada na Universidade, em 1980. Segundo os companheiros de turma, ocorria troca de ideias todo dia e Satu sempre era muito espirituoso e crítico em relação aos acontecimentos da vida política e social.
Fotógrafo desde 1975, era considerado pelos colegas como um grande talento do fotojornalismo, trabalhou nos jornais A Tarde e Correio. Foi um dos primeiros jornalistas diplomados a trabalhar como repórter cinematográfico na TV Bahia, sob o comando dos jornalistas Carlos Ribas e Carlos Libório, área onde atuou durante muitos anos. Integrou como editor o projeto da Agência A Tarde com o também saudoso Wilson Besnosick na chefia e Rômulo como responsável pelo suporte.
Gentil, tranquilo e extremamente comprometido, era comparado de brincadeira com Gandhi, por sua aparência e serenidade. “Saturnino foi um excelente fotojornalista, um dos poucos de sua geração formado em jornalismo pela UFBA, um companheiro de trabalho generoso, gentil e comprometido com a ética na profissão. Discreto, mas bem humorado, era um prazer enfrentar a rotina de trabalho em sua companhia”, declarou Marjorie Moura, ex-presidente e atual membro da Comissão de Ética do Sinjorba, de quem foi colega por muitos anos no Jornal A Tarde.
Satu foi diretor do Sinjorba, em mais de um mandato, dando sua contribuição à luta da categoria. O presidente da entidade, Moacy Neves, lamentou a perda. “Saturnino fez parte de uma geração de fotojornalistas que ajudou a transformar o papel da imagem como notícia, contando histórias e narrando fatos com arte, singularidade e força”, declarou. Acrescentou que ele deixou ensinamentos e um legado por todas as redações onde atuou, ajudando a formar profissionais das novas gerações.