A resposta positiva da categoria nesta quinta (15), Dia de Luta dos Jornalistas do Nordeste, aderindo ao movimento e participando dos protestos e ações, animou os sindicatos, que preparam um calendário de ações unitárias para o ano de 2022, a começar pela realização de uma campanha salarial conjunta. Durante todo o dia, em maior ou menor grau, os colegas se envolveram, se vestiram de preto, postaram fotos e vídeos nas redes, compartilharam os cards da mobilização.
À noite, na live de lançamento da Campanha Salarial Unificada 2022 (clique aqui e assista), a presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Maria José Braga, valorizou a iniciativa pioneira dos sindicatos do Nordeste, em se unir em torno de uma pauta comum para promover a luta contra a precarização do trabalho jornalístico, mas também dar o exemplo para a categoria no restante do país.
“É muito bom para a Federação Nacional dos Jornalistas ver que em meio a tantas demandas e dificuldades os sindicatos dos jornalistas do Nordeste dão um passo além da contrarreforma trabalhista, além da crise econômica, política e sanitária que estamos vivendo, estão avançando”, disse ela. Para Maria José, o encontro regional realizado em novembro pelos sindicatos de jornalistas do Nordeste é uma coisa muito significativa porque é a partir das realidades locais que vamos constituir a luta maior dos trabalhadores. “O lançamento da Campanha Salarial Unificada 2022 é passo vital para o movimento sindical”, afirmou ela.
A fala de Maria José nos leva a refletir que até o início de novembro passado, essa unidade era apenas uma tese. De lá para cá já realizamos o encontro regional virtual e o Dia de Luta. Os sindicatos estão conversando com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos) para encomendar um estudo da realidade econômica da categoria e até o final do mês de janeiro vamos realizar um debate regional sobre o tema.
Passado o dia de luta e apresentado nosso cartão de visitas, as entidades se debruçarão agora, também, sobre a construção de uma pauta mínima e o debate acerca das datas base, uma vez que cada estado tem períodos de negociação diferentes, além da construção dos projetos para legalização dos pisos salariais em cada unidade federativa da região.
Para o presidente do Sinjorba, Moacy Neves, os sindicatos estão colocando tijolos a mais na construção das condições para reagir aos ataques à profissão. “A precarização do trabalho jornalístico e das relações com nossos contratantes caminha em marcha acelerada e só a unidade e ação coletiva da categoria vai conseguir frear este processo cruel e degradante, que atenta contra a dignidade profissional”, afirma.
Para Moacy, foi dado um passo importante, mas, para continuar e crescer, esta planta precisa ser regada por todos os jornalistas. “Sozinhos, só os dirigentes sindicais não vão dar conta de levantar este movimento e por isso conclamo os colegas a se unirem em torno do Sinjorba para construirmos esta reação cidadã da categoria”, finaliza ele.