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Sinjorba condena acusação injusta do governador Jerônimo contra jornalista

por Fernanda Gama

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) vem a público expressar sua condenação às declarações do Governador Jerônimo Rodrigues, que nesta quarta (03) qualificou como “ridículo” vídeo do jornalista Victor Hernandes de Jesus Souza, do site Bahia Notícias, além de afirmar que ele teria divulgado fake news.

A afirmação foi feita pelo governador como queixa a vídeo publicado pelo Bahia Notícias e ancorado pelo repórter Victor Hernandes, no qual ele comenta documento elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em agosto, referente ao mês de julho de 2025, que aponta “pontos de atenção” em relação às intervenções para a construção da ponte Salvador-Itaparica. A Fundação foi contratada pela Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), portanto, pelo próprio governo do Estado.

Para o Sinjorba, é inaceitável acusar de fake news o trabalho do repórter, sem antes se certificar sobre a veracidade ou não do conteúdo veiculado. Ainda mais nesse caso, em que o vídeo deixa claro se basear em documento contratado pelo próprio governo. Victor Hernandes fez Jornalismo, mas, lamentavelmente, muitos gestores públicos têm dificuldade em lidar com o exercício puramente profissional, que tem o princípio do contraditório como uma das referências primordiais da imprensa livre.

A entidade sabe que muitos veículos, cumprindo papel mais político que jornalístico, ultrapassa limites e resvala para o comportamento antiético, parcial e, em alguns casos, até partidário, para o dissabor do bom jornalismo. Mas, definitivamente, não foi o caso neste episódio. Mesmo sob pressão, a atitude do governador não foi compatível com a sua posição.

É dever da imprensa questionar, apurar e informar a sociedade, especialmente quando se trata de atos de gestão pública, ainda mais considerando uma obra de vulto como esta, que envolve bilhões de reais, com enormes impactos econômicos, sociais e ambientais. Responder a esses questionamentos com desqualificação do profissional atinge toda a categoria e a sociedade, que na democracia conferiu ao Jornalismo o papel de ser a sua consciência crítica e seus olhos frente às instituições públicas e empresas privadas.

Reiteramos nosso apoio ao colega. Não cabe – e não foi o caso, repetimos – ao jornalista “torcer contra ou a favor” de qualquer projeto ou autoridade, mas, sim, divulgar informações baseadas em apuração responsável. Nosso papel é justamente atuar como um pilar de transparência e prestação de contas, garantindo que a sociedade tenha acesso a informações verificadas e relevantes.