O ato “Mulheres Contra o Assédio”, realizado na última quarta (13), promovido pela Comissão de Mulheres do Sinjorba, reuniu jornalistas, professoras, estudantes, políticos e representantes de diversas entidades de Vitória da Conquista e região, que protestaram contra a impunidade em torno das graves denúncias de assédio ocorridas na Assessoria de Comunicação e no Sistema de Rádio e TV da UESB.
O evento foi realizado no mesmo dia em que ocorreu a audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em torno de ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a Universidade, por dano moral coletivo. “É importante e simbólico que o ato aconteça no mês da mulher, no dia da audiência e exatamente quando se completou um ano das denúncias. O triste é que, mesmo após todo esse tempo e após a Sindicância, ainda não foi estabelecido um protocolo definitivo contra o assédio, ainda sendo necessária a intervenção do MPT e do TRT para que efetivamente a Reitoria faça algo”, lamenta a vice-presidente do Sinjorba, Fernanda Gama, que abriu o evento agradecendo a presença de todos e reiterando a importância do debate.
Para a professora Monalisa Barros, que compôs a Comissão de Sindicância designada para apurar as denúncias, o ato demonstra a força dessas mulheres e das entidades que as defende, em meio ao descaso e desrespeito da instituição de ensino. “É um momento muito importante para reassegurar o desejo de soluções permanentes, que envolvam uma política clara de investigação e punição ao assédio moral e sexual dentro da Universidade. O ato é uma demonstração de que não vamos nos calar e não seremos silenciadas pela demora nas respostas, como tem ocorrido a cada etapa desse processo”, ressalta.
A professora Carmen Carvalho, coordenadora do curso de Jornalismo da UESB, reiterou a importância do Sinjorba na luta contra o assédio e parabenizou a entidade pelo trabalho realizado. Ela conclamou os presentes a fortalecerem os sindicatos como instrumentos de defesa dos trabalhadores e da sociedade.
O presidente do Sinjorba, Moacy Neves, que participou da audiência ocorrida à tarde juntamente com o assessor jurídico da entidade, Victor Gurgel, finalizou o ato garantindo que o sindicato continuará acompanhando e cobrando da UESB providências contra os assédios na instituição. “A Universidade foi leniente em não adotar providências imediatas para fazer cessar as ocorrências de assédio moral relatadas à Ouvidoria, permitindo, por exemplo, que uma pessoa acusada de assediar chefie testemunhas do caso. Mas vamos continuar atentos, até que seja estabelecido um protocolo definitivo de combate ao assédio moral e sexual dentro da UESB”, finaliza.
Também participaram da mesa Márcia Lemos (coordenadora do Laboratório de Estudos Marxistas da UESB), Maria Madalena dos Anjos (diretora do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da UESB), Letícia Rodrigues (coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes da UESB), Wilde Soares (União de Mulheres de Vitória da Conquista), Viviane Sampaio (vereadora do PT), Iracema Lima, (presidente da Associação dos Docentes da UESB/Adusb) e Gabriela Garrido (delegada e presidente do Instituto Tear). Ainda compareceram ao evento Márcia Menezes (diretora da ADUSB), Márcio Dias (diretor da AFUS), Alexandre Xandó (vereador do PT) e Suzane Tosta (professora do Departamento Geografia da UESB).
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