Quando jornalistas são atacados, a sociedade está exposta. Quando os profissionais são alvos de ataques físicos, percebemos o quanto essa sociedade está adoecida. O que aconteceu em Águas Claras, em Salvador, na manhã desta terça (01), reúne os dois traços de absurdos inaceitáveis na cidadania: intolerância e violência.
O Sinjorba e a Fenaj se solidarizam com os colegas Tony Júnior, Jeferson Alves, Fábio Gomes e Carlinhos, que trabalham para as TVs Aratu e Band, que foram atacados por bandidos ao fazerem a cobertura de um homicídio na Rua Santa Tereza, em Águas Claras. Os criminosos atiraram para o alto e também em direção aos repórteres. Além disso, ordenaram que os trabalhadores deixassem o local, quebraram um equipamento de filmagem e deram coronhadas em Jeferson.
O jornalismo, pilar de uma sociedade democrática, apesar de alvejado, não se intimidará diante dos ataques sofridos pelos colegas da Band e Aratu. Continuaremos cobrindo as pautas da editoria de Segurança, inclusive este fato específico, sobre o qual pedimos à Secretaria de Segurança Pública rigorosa apuração.
O avanço da criminalidade tem raízes numa sociedade que carrega a doença da desigualdade, que gera falta de oportunidades e deixa campo aberto para que nossos jovens sejam alistados no exército do tráfico de drogas. Por outro lado, o fato lamentável de hoje pela manhã demonstra a ausência de estado nas comunidades periféricas, deixando as populações à mercê de quadrilhas fortemente armadas, em um país onde as armas viraram produto de fácil acesso.
Ao mesmo tempo em que se exige dos governantes medidas que melhorem o ambiente econômico-social, exige-se também que as autoridades de segurança cuidem das nossas comunidades, protegendo-as. Se isso ocorrer, a atividade jornalística também estará protegida. Assim como instamos os veículos de comunicação a terem mais cuidado ao enviar equipes para coberturas em locais onde não haja condições de segurança para o exercício profissional.
Ou seja, pedimos o mínimo.
Moacy Neves – Presidente do Sinjorba
Maria José Braga – Presidente da Fenaj