Home Na Mídia Marcha do Silêncio lembra 60 anos do Golpe Militar

Marcha do Silêncio lembra 60 anos do Golpe Militar

por Sinjorba

No próximo dia 1º de abril, os 60 anos do golpe militar de 1964 vão ser lembrados em Salvador com a realização da Marcha do Silêncio, com saída às 17 horas, da Praça da Piedade, passando por toda Avenida Joana Angélica e chegando ao monumento aos mortos e desaparecidos da Ditadura Militar, no Campo da Pólvora. Num protesto sem palavras, parentes, amigos e companheiros de 38 militantes presos durante a ditadura militar vão caminhar empunhando fotos das vítimas, levando flores, tochas e cruzes. Juntamente com integrantes da sociedade organizada vão protestar contra o esquecimento destes crimes, exigindo a cada ano respostas sobre o paradeiro destas pessoa.

Os integrantes da marcha vão caminhar ao som de um surdo, distribuindo às pessoas que assistem o cortejo, panfletos explicando os motivos da manifestação e pedindo respostas ao governo. A marcha em Salvador teve sua primeira edição em em 2019, foi suspensa pela pandemia em 2020 e 2021, sendo retomada em 2022 e 2023, e completando sua quarta edição em 2024.

De acordo com o professor e sociólogo Joviniano Neto, a Marcha do Silêncio é inspirada por evento semelhante iniciado no Uruguai, que junto com Brasil, Argentina e Chile, viveram a repressão e a violência de uma ditadura militar, traduzida em prisões arbitrárias, tortura, assassinatos e desaparecimento dos corpos das vítimas da repressão a opositores da extrema direita. A marcha uruguaia é realizada há 29 anos, a cada 20 de maio, sob a liderança incansável e inflexível da Associação de Mães e Familiares de Uruguaios Detidos e Desaparecidos, entre muitas organizações, movimentos e personalidades que a apoiam.

Segundo Diva Santana, ex-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais na Bahia, e ativista de conselhos e de movimentos pela busca de informações sobre o paradeiro dos desaparecidos políticos do regime militar em todo o país, irmã e cunhada dos desaparecidos Dinaelza Santana e Wandick Coqueiro, estão previstos vários eventos e manifestações ao longo de 2024, mostrando que mesmo após seis décadas da deflagração do golpe militar, a reação dos familiares, vítimas e da sociedade civil pelas buscas aos desaparecidos e pela condenação dos culpados continua forte. “Não serão esquecidos”, pontua Diva.

Na Bahia, a marcha é organizada pelo Grupo Tortura Nunca Mais, Abraspet, Aepet, Sindipetro Bahia, Apub,  ADJC, Astape.

Programação

15h às 16h30 – Concentração na Praça da Piedade e manifestações de representantes de entidades da sociedade civil.

17 horas – Saída do cortejo pela Avenida Joana Angélica.

18 horas – Chegada ao monumento aos mortos e desaparecidos da Ditadura Militar no Campo da Pólvora, onde serão depositadas flores e fincadas as cruzes, com início de discursos de Joviniano Neto (Tortura Nunca Mais) e Raimundo Lopes (Abraspet) contra estes crimes que após várias décadas persistem sem identificação e condenação dos culpados, pela localização e identificação dos restos mortais das vítimas, além de cobrar a reinstalação imediata da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da lei 9140/95.

Apresentações no Campo da Pólvora: Banda Neojibá, cantores Pantera e Farofa.