O Sinjorba vem a público em desagravo e solidariedade à jornalista Mirelle Lima, vítima nos últimos dias de acusações gratuitas, agressões rasteiras e até ameaças em postagens em redes sociais e grupos de WhatsApp.
A polêmica em torno de matéria de sua autoria veiculada pelo portal de notícias Destaque1.com, de Camaçari, acende a luz amarela para o cuidado que se deve ter na interpretação das notícias. O ambiente tóxico criado intencionalmente, em passado recente, contra o trabalho jornalístico, lamentavelmente vem contaminando até pessoas cujo discernimento sempre foi de maior clareza sobre os fatos e suas versões.
O Sinjorba lamenta que uma falsa polêmica em torno do texto da jornalista Mirelle Lima, tenha gerado tais consequências. Publicada no referido site de notícias, trata de afirmação do vereador Flávio Matos, presidente da Câmara de Camaçari, sobre o número de pessoas que morreram em unidades de saúde da cidade por falta de regulação para hospitais de referência. Tal situação revela uma dificuldade muito comum no jornalismo, que é a checagem do que dizem fontes. No caso, a notícia dá conta de uma falta de confirmação, fazendo alerta adequado à opinião pública sobre o risco da divulgação de dados que podem gerar medo ou insegurança na coletividade.
A matéria veiculada não desmente dados e afirmações do vereador Flávio Matos, apenas informa, adicionalmente, que a assessoria de imprensa do órgão oficial de saúde do município, responsável direto pelo levantamento do quanto denunciado, quando procurada, não fez confirmação. A matéria segue, portanto, o critério básico e ético do bom jornalismo, que orienta evitar alarde e sensacionalismo sobre um assunto sensível a toda comunidade.
O Sinjorba manifesta-se, assim, solidário à jornalista Mirelle Lima, estabelecendo o necessário desagravo à conduta da profissional, que buscou os meios adequados e disponíveis em seu trabalho de apuração, relatando tão somente a resposta que obteve dos canais competentes. A matéria claramente não é opinativa nem reproduz acusações a quem quer que seja.
A falsa polêmica em torno do trabalho do veículo e da colega neste fato terminou por gerar o que se chama de “cancelamento virtual”. O correto entendimento do papel da imprensa numa sociedade democrática já evitaria os desdobramentos que levaram a tal extremo. Na seara do desconhecimento, prevaleceu o ambiente já contaminado pela intolerância.
Toda e qualquer tentativa de desacreditar o trabalho jornalístico realizado com zelo e isenção configura uma tentativa de censura indireta. O Sinjorba espera que seja restabelecido o clima de respeito ao exercício profissional, cujo compromisso central é com o direito da sociedade de ser bem informada.