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Correio propõe 2,5% de reajuste e assembleia rejeita proposta

por Fernanda Gama
Imagem: Carlos Augusto (Jornal Grande Bahia)

Em assembleia realizada na sexta (01), os jornalistas do Correio rejeitaram a proposta da empresa para fechamento do acordo coletivo 2022. A categoria não aceitou a intenção do jornal de reajustar os salários em apenas 2,5%. A decisão foi unânime e a opinião foi que a proposição demonstra total insensibilidade com a situação dos trabalhadores.

Os trabalhadores do Correio acumulam perdas de mais de 17% desde 2020. Há dois anos, quando a pandemia teve início, a empresa não concedeu reajuste e promoveu uma redução salarial linear de 25% para todos os jornalistas. Além disso, colocou os empregados em home office e durante um ano não fez qualquer compensação de despesa com o trabalho em casa, além de não compensar nestes dois períodos as perdas que a categoria teve com a alimentação.

Só a título de informação, no Correio os jornalistas não recebem tíquete-alimentação. A empresa possui um restaurante em suas dependências e paga 80% do custo do almoço/jantar dos empregados, que bancam os demais 20%. Com o home office, os colegas perderam este benefício, que chega a representar entre 15% e 25% do salário recebido pelos colaboradores.

Ano passado, após um ano de pandemia, o Correio alegou uma série de dificuldades para recuperar as perdas salariais que eram de 9,32% e os jornalistas aceitaram fechar acordo com 2% de reposição e um abono de R$ 200,00 a título de compensação pelo home office. Como tiveram compreensão durante dois anos com a situação da empresa, a categoria tinha expectativa que este ano as enormes perdas começassem a ser repostas.

Porém, quando todos os setores econômicos apresentam clara recuperação – aliás, a alta na arrecadação de impostos dos governos, nas três esferas, mostra que isso é uma realidade -, o Correio repetiu o discurso das dificuldades, sem, contudo, mostrar números. Para o Sindicato, a empresa não está sensível à gravidade da situação financeira de seus empregados, que nestes dois anos fizeram várias concessões que se transformaram em ganhos diretos e indiretos para o jornal, conforme mostra o quadro abaixo.

O Sindicato enviou uma contraproposta à empresa e pediu a marcação de nova negociação para buscar uma saída para a situação.

Situação dos jornalistas do Correio (2019-2022)
1) Perdas de 7,32% entre maio/2019 e abril/2021;
2) Perdas acima de 10% entre maio/2021 e março/2022;
3) Redução salarial de 25% entre maio e dezembro de 2020;
4) Pagamento de todas as despesas do home office entre maio/2020 e abril/2021;
5) Perda da ajuda-alimentação desde abril/2020, que representa entre 15% e 25% do salário, a depender da remuneração individual.